Telefone*
+351928095777
Horário
Segunda a Sexta: 8h-20h

Dor no Fundo das Costas? O que é Sacroileíte e como Tratar

Se tem uma dor no fundo das costas num ponto específico, pode ter dor sacroilíaca. Saiba o que é e como tratar!


Saber identificar corretamente as dores que temos é o maior trunfo para não as deixar agravar. Por isso, neste artigo quero que compreenda a diferença entre uma dor nas costas e uma dor na articulação sacroilíaca, porque uma é quase sempre dor muscular e a dor sacroilíaca é uma dor articular. Logo, o tratamento será diferente.


Dor Sacroilíaca

As articulações sacroilíacas ficam no fundo das costas (uma de cada lado) e conectam o sacro aos ossos ilíacos. Estas articulações fazem muito pouco movimento - 2 graus, ou seja, quase inexistente.

No entanto, há doenças - geralmente reumáticas - que provocam dores articulares, como a artrite e a espondilite anquilosante. Apesar de poder ser esta a causa, a maioria das pessoas têm dores sacroilíacas por outros motivos.

Esta dor é muito localizada, geralmente perto das "covinhas" que algumas pessoas têm no fundo das costas. É uma dor aguda - tipo "facada" - e que pode agravar em vários movimentos, como dobrar-se para a frente ou até estar sentado.


Como Tratar a Sacroileíte

Há várias razões para ter dor sacroilíaca - pode até ter dor nesta zona sem ter inflamação. Quando a articulação da anca (que está ali tão perto) não mexe bem, a sacroilíaca pode ter a necessidade de compensar esse problema, o que faz com que mexa mais do que deve - hipermobilidade compensatória, o que provoca dor.

Outra razão pode ser pelo facto de os músculos desta zona estarem fracos e as estruturas passivas - como os ligamentos - terem de estabilizar o movimento e as forças que fazemos e que são exercidas sobre nós.

Independentemente da razão, se tem dor há mais de 3 semanas e teima em não passar, é provável que precise de ajuda de alguém que perceba do assunto. Ainda assim, há coisas que pode fazer em casa para começar a aliviar os seus sintomas.


Exercícios para tratar a Dor Sacroilíaca

Como já percebeu, os melhores exercícios para a sua situação vão depender da razão pela qual tem dor. Se for falta de mobilidade na anca, então deve-se focar em exercícios de mobilidade da anca, principalmente nas rotações.

Já se tiver fraqueza muscular, deixo-lhe um vídeo com os melhores exercícios que existem para este problema. Note que alguns deles são mais difíceis, por isso faça-os de acordo com a sua capacidade.


Recursos Gratuitos

Se não tiver a certeza se no seu caso deve ir ao hospital ou marcar uma consulta, ligue-nos para o 928095777.

Se tiver outras questões mais específicas e que precise da nossa ajuda, pode pedir um contacto da nossa parte. Basta preencher este curto formulário e um Fisioterapeuta entrará em contacto consigo. Esta chamada é totalmente gratuita para si e sem qualquer compromisso.

Pode também aproveitar o nosso Guia Gratuito para o Tratamento das suas Dores nas Costas. Basta clicar na imagem em baixo e terá acesso a muitas dicas para começar já hoje a aliviar as suas queixas.

3 Sinais de Alerta quando tem Dores nas Costas

Nem todas as dores nas costas se tratam na Fisioterapia. Conheça os 3 sinais de alerta que lhe dizem que o melhor é mesmo ir para o hospital.


Há uns anos trabalhava numa clínica em que a coordenadora teve uma ideia: criar um protocolo de tratamento para as dores nas costas. Na prática, toda a gente que tinha dor lombar recebia o mesmo tratamento.

Na altura opus-me a essa ideia e hoje faria o mesmo. Há tantas razões diferentes para ter dores nas costas que aplicar sempre o mesmo tratamento é absurdo. Muitas vezes a causa é multifatorial, o que torna a situação ainda mais delicada.


Quando as Dores nas Costas não aliviam

Pelo mesmo princípio, achar que todas as dores na coluna se tratam fazendo calor, ou massagem, ou até Fisioterapia, não faz sentido. Neste vídeo partilho consigo os principais sinais de alerta que lhe dizem que a melhor opção é mesmo ir para o hospital. Não ignore estes sinais!


3 Sinais de Alerta

Dores que NUNCA aliviam

Apesar de ser pouco frequente, ocasionalmente temos utentes na nossa clínica que não precisam da nossa ajuda, precisam sim de ir para o hospital. Recentemente tivemos um caso de um senhor com dores nas costas muito intensas, a única posição que aliviava um pouco as queixas era em posição fetal - todo dobrado.

E este é o primeiro sinal de alerta. Quando as dores são muito fortes e não aliviam de maneira alguma, quer esteja de pé, sentado ou deitado, é de facto um sinal de que provavelmente não é de origem muscular.

Ainda assim, o músculo pode estar tenso ou rígido, mas quando a causa original da dor é muscular, haverá alguma posição que alivia as dores. No caso deste senhor que lhe falei, nada aliviava. Por isso, se estiver a passar por uma situação semelhante, dirija-se ao hospital o mais rapidamente possível.


Febre, Dores Noturnas e Suores Frios

O segundo sinal de alerta - são vários sinais na verdade - são: febre, dores noturnas e suores frios. Não há razão absolutamente nenhuma para uma inflamação muscular lhe poder provocar febre, isto porque a febre é uma consequência de uma infeção, e não de uma inflamação, muito menos uma inflamação muscular.

Já os suores frios são uma reação vagal - do nervo vago como o nome indica - e apontam para outro tipo de problema que não é muscular, como por exemplo uma infeção ou um tumor, por isso não espere mais tempo e fale com o seu médico.

Ademais, há realmente dores que aparecem durante a noite e que podem ser musculares ou articulares - como quando lhe dói o ombro durante a noite porque se deitou em cima dele - mas se de repente acorda com umas dores nas costas brutais e que - lá está - não aliviam nem por nada, é também um sinal de alerta.


Anestesia, Incontinência e Fraqueza Muscular

Por último, e não menos importante, se tem dores nas costas e começa a sentir menos sensibilidade nos pés, ou um princípio de incontinência, ou até falta de força nas pernas, pode ser um sinal de compressão medular ou síndrome de cauda equina. E não é na Fisioterapia que resolve estes problemas.

Antes de terminar, partilho consigo uma nota importante. Tome atenção se a dor aumenta muito quando tosse ou quando se senta. Pode ser um sinal de hérnia discal que está a comprimir algum nervo da sua zona lombar.

Mas lá está, pode ser um sinal, não significa que tenha de facto uma hérnia, até porque há muitas razões para termos dores nas costas quando nos sentamos - sedentarismo, fadiga muscular, inatividade por exemplo - e outras tantas para termos dor quando tossimos - infeção pulmonar é uma delas. Por isso, vá ao médico por favor.


Recursos Gratuitos

Se não tiver a certeza se no seu caso deve ir ao hospital ou marcar uma consulta, ligue-nos para o 928095777.

Se tiver outras questões mais específicas e que precise da nossa ajuda, pode pedir um contacto da nossa parte. Basta preencher este curto formulário e um Fisioterapeuta entrará em contacto consigo. Esta chamada é totalmente gratuita para si e sem qualquer compromisso.

Pode também aproveitar o nosso Guia Gratuito para o Tratamento das suas Dores nas Costas. Basta clicar na imagem em baixo e terá acesso a muitas dicas para começar já hoje a aliviar as suas queixas.

O Teste para perceber se as Dores nas Costas são causadas pela sua Anca

E se as suas Dores nas Costas forem a consequência de ter uma anca preguiçosa? Neste artigo vou dar-lhe um teste que pode melhorar a sua qualidade de vida da noite para o dia!


Antes de lhe transmitir qual é o teste físico que deve fazer para compreender se a sua anca pode ser a causa das suas dores nas costas, permita-me que lhe explique o raciocínio que acompanha esta avaliação.


O que a anca tem a ver com as costas?

Antes de mais, se as suas dores nas costas não são localizadas num ponto específico e parece que se espalham pelo fundo das costas, os seus músculos lombares estão a sofrer. Se não deu uma pancada ou sofreu um traumatismo, é possível que a causa do problema não seja alguma lesão na coluna.

Então, como é que a sua anca pode estar a provocar dores nas suas costas? Imagine que tem um colega de trabalho e ambos são responsáveis pelo mesmo projeto, com o objetivo de partilhar o fardo. Se o seu colega faz gazeta, sai mais cedo e não cumpre a parte que lhe compete, é você que terá de fazer o trabalho dele, mais o seu. Adivinhe quem chega a casa cansado e sem paciência para os filhos?

O nosso corpo funciona da mesma forma. Se uma articulação está a mexer mal, as articulações à volta vão ter de se esforçar mais, quer seja em termos de mobilidade (mais movimento), quer seja em termos de força (ou resistência muscular). Neste caso, se a sua anca não tiver mobilidade, as articulações que estão próximas vão ter de “dar corda aos sapatos” e trabalhar a dobrar.


As consequências de uma anca preguiçosa

E agora pode estar a perguntar: quais são as consequências disto? Uma das lesões mais comuns devido à falta de mobilidade da anca é a Sacroileíte. Parece complicado, mas é simplesmente a inflamação da articulação sacro-ilíaca que, como o nome indica, liga o sacro ao ilíaco. Esta articulação tem apenas 2 graus de movimento (virtualmente não mexe), por isso é normal inflamar assim que precisa de mexer um pouco mais, durante vários dias, meses ou anos.

Outra das consequências é a lombalgia, ou dor lombar, ou dor no fundo das costas. A falta de movimento na anca faz com que a zona lombar precise de compensar esse défice e, com o tempo, inflama. Os músculos ficam tensos, cronicamente cansados e inflamados.


Porque é que a Anca deixa de se mexer bem?

Na maior parte dos casos o problema é genético, portanto a culpa não é sua. No entanto, terá a responsabilidade de devolver a mobilidade à sua anca, com o risco de precisar de cirurgia se não o fizer.

Certamente que passar a vida toda sentado e com um estilo de vida sedentário não ajuda em nada a resolver este problema, por isso aconselho vivamente que diversifique as posições em que coloca a sua anca no dia a dia e seja fisicamente ativo(a). Não sabe por onde começar? Leia este artigo.

Há problemas reumatológicos que causam problemas como Conflito Fémuro-Acetabular e, por isso, limitam muito a saúde articular da sua anca. Se quiser saber mais sobre este problema, clique aqui.


O Teste

Esta é a forma mais simples de perceber se a sua anca pode estar a provocar as dores que sente nas suas costas. Um adulto do sexo masculino deve conseguir alinhar o joelho com o pé. Um adulto do sexo feminino deve conseguir ultrapassar esse alinhamento de joelho com pé. Caso sinta uma dor moderada a forte na zona da anca ou nos músculos à volta dela, o teste é positivo.


Ficou com dúvidas?

Se tiver outras questões mais específicas e que precise da ajuda de um Especialista, pode pedir um contacto da nossa parte. Basta preencher este curto formulário e um Fisioterapeuta entrará em contacto consigo. Esta chamada é totalmente gratuita para si e sem qualquer compromisso.

Pode também aproveitar o nosso Guia Gratuito para o Tratamento das suas Dores nas Costas. Basta clicar na imagem em baixo e terá acesso a muitas dicas para começar já hoje a aliviar as suas queixas.

GUIA PARA O TRATAMENTO DAS DORES NAS COSTAS

Outros Artigos Relacionados

As suas Dores nas Costas não desaparecem? Faça estes 2 Exercícios de Pilates

Tem dores nas costas mas não aparece nada nos exames? A diferença entre lesão estrutural e lesão funcional

Colete Postural – É bom para aliviar as dores nas costas?

Qual a melhor posição para dormir?

8 Factos sobre a dor persistente que deve conhecer

Se tem dores, tem lesão. Esta é uma ideia muito popular. Mas não pode estar mais longe da verdade. Trago-lhe alguns factos importantes sobre a sua dor.


Ter dor não significa ter lesão

Qualquer dor é real, independentemente da causa. A surpresa está no facto de poder ter dor sem de facto ter um dano nos tecidos (músculos, ossos, ligamentos…). Talvez tenha tido uma lesão, mas a dor continua muito depois de o dano ter cicatrizado.

Pode também ter lesões visíveis numa radiografia, TAC ou ressonância magnética, e essas lesões não serem a causa das suas dores. Na verdade, vários estudos concluíram que muitas pessoas com alterações estruturais nos exames não sentem dor, como já falámos neste artigo. À medida que envelhece, é mais provável ter do que não ter.

A razão pela qual pode haver uma diferença tão grande entre dor e dano é simples. O tecido pode suportar apenas uma certa quantidade de carga (movimento, tensão ou pressão) antes de sofrer dano. No entanto, o nosso sistema de dor é extraordinariamente complexo. Os fatores psicológicos e sociais também podem causar dor – estes são chamados de fatores não teciduais.


Pode ser psicológico?

Em 1995, o British Medical Journal relatou o caso de um profissional da construção civil, que tinha uma dor excruciante  por causa de um prego de 15 cm, que perfurou a sua bota. Mas quando os médicos o removeram, descobriram que o prego tinha passado por entre os dedos do pé.

Outras experiências, como por exemplo da “mão de borracha“, provam que a interpretação que o nosso cérebro faz da realidade, nem sempre corresponde à realidade.


O que precisa de saber

O estudo da dor evoluiu muito nos últimos 25 anos. Hoje sabemos que:

  1. A maioria dos episódios de dor ocorre para evitar lesões nos tecidos;
  2. Com dor persistente, o sistema de dor pode tornar-se superprotetor;
  3. Quando a dor persiste, geralmente fica mais forte e dura mais tempo;
  4. Com dor persistente, a influência de fatores não teciduais é maior;
  5. Fatores não teciduais incluem stress, ansiedade, medo de lesões, má qualidade de sono ou preocupação em voltar ao trabalho;
  6. Alterações estruturais nos exames (hérnias discais na ressonância magnética) raramente são o motivo da dor;
  7. A forma como lhe transmitem a informação sobre os seus exames pode causar ou agravar a dor;
  8. Os seres humanos têm uma incrível capacidade de curar, reparar e de se adaptarem.

A dor é um sinal de que algo não está bem, que pode ser algo físico ou psicológico.

Músculos tensos por causa do stress? Conheça o Relaxamento Muscular Progressivo

Quando tem ansiedade ou stress na sua vida, uma das maneiras pelas quais o seu corpo responde é através de tensão muscular. O Relaxamento Muscular Progressivo é um método que ajuda a aliviar essa tensão.

O que é o Relaxamento Muscular Progressivo (RMP)?

O RMP ensina a relaxar os músculos através de um processo de duas etapas. Primeiro, provoca tensão em grupos musculares específicos no seu corpo, como no pescoço e ombros. Em seguida, relaxa a tensão e toma consciência de como os seus músculos se sentem quando os relaxa.

Este exercício irá ajudá-lo a diminuir os seus níveis gerais de tensão e stress, além de ajudar a relaxar quando estiver com ansiedade. Também pode ajudar a reduzir problemas físicos, como dores de estômago e de cabeça, além de melhorar o sono.

Dicas úteis para começar

  • Reserve cerca de 15 minutos e faça este exercício num local onde não seja incomodado;
  • Durante as primeiras duas semanas, pratique este exercício duas vezes por dia. Depois faça-o quando sentir necessidade;
  • Não fique ansioso(a) se não conseguir relaxar. Inicialmente, faça quando estiver calmo para ser mais fácil realizar o exercício quando estiver em stress.

Prepare-se

Encontre um lugar tranquilo e confortável para se sentar, depois feche os olhos e solte o corpo. Apesar de relaxar antes de dormir melhora o seu sono, o objetivo deste exercício é aprender a relaxar enquanto estiver acordado. Use roupas confortáveis ​​e não se esqueça de tirar os sapatos. Faça cerca de 5 respirações lentas e profundas antes de começar.

1º Passo – Tensão

O primeiro passo é aplicar tensão muscular a uma parte específica do corpo. Primeiro, concentre-se no grupo muscular, por exemplo, na sua mão esquerda. Em seguida, respire lenta e profundamente e aperte os músculos o máximo que puder, cerca de 5 segundos. Neste caso, está a fechar a mão esquerda.

É fácil tensionar sem querer outros músculos (por exemplo, o ombro ou o braço). Tente tensionar apenas os músculos alvo. Com a prática torna-se mais fácil. Não deve sentir dor durante o exercício.

2º Passo – Relaxamento

Após a tensão de 5 segundos, relaxe os músculos e expire ao mesmo tempo. É importante concentrar-se e notar a diferença entre a tensão e o relaxamento. Esta é a parte mais importante de todo o exercício.

Fique relaxado(a) durante 15 segundos e depois continue para o próximo grupo muscular, e repita os dois passos. Depois de completar todos os grupos musculares que sente necessidade de relaxar, reserve algum tempo para ganhar consciência do seu estado de relaxamento.

Nota: Pode levar algum tempo a aprender a relaxar o corpo e perceber a diferença entre tensão e relaxamento.

Nota Final

Lembre-se de praticar o relaxamento muscular progressivo com frequência, quer esteja ansioso(a) ou não. Embora possa parecer um pouco aborrecido no início, no final ganhará uma capacidade que provavelmente será muito importante na gestão da sua ansiedade no seu dia a dia.

Se já for praticante de meditação, pode incorporar este exercício de tensão-relaxamento na sua prática diária meditativa. Para mais informações acerca deste método, pode consultar este site.

Os 5 maiores mitos sobre Dor Ciática

Provavelmente já teve, ou alguém que conhece já sofreu deste problema. É uma forma meio genérica de definir aquela dor que pode começar na zona lombar, na nádega ou mesmo na perna, e que se pode prolongar até aos dedos dos pés. Mas será que o que ouviu é verdade? Hoje trago-lhe os 5 mitos mais populares sobre Dor Ciática.


1. A cirurgia nunca é necessária

A primeira coisa a fazer é quase sempre tratamento conservador. Nem todos precisam de cirurgia, mas uma pequena minoria pode precisar. Se tiver problemas neurológicos (formigueiros, dormências, perda significativa de força) de forma persistente, e a fisioterapia não está a ajudar, deve consultar um neurocirurgião.

Alguns estudos recentes mostraram que a cirurgia proporciona uma redução rápida da dor e da incapacidade em 3 e 6 meses. No entanto, a fisioterapia tem resultados semelhantes em longo prazo. Por isso, deve aconselhar-se com o seu fisioterapeuta e neurocirurgião, para tomarem uma decisão em conjunto. tendo em conta as suas preferências e, também, se a redução da dor no curto prazo pela cirurgia é o que procura (ou precisa). Então, não é honesto dizer que a cirurgia nunca é necessária.


2. De certeza que vai ficar melhor

O papel do seu fisioterapeuta passa por dar-lhe os melhores cuidados e a informação mais correta e honesta consoante a sua condição clínica. Infelizmente, algumas pessoas com dor radicular (ou dor do tipo ciática) podem não melhorar completamente. Estima-se que um terço das pessoas com dor ciática vai ter dor persistente e incapacidade que durará entre 1 a 4 anos.

Não fique excessivamente preocupado(a). A maioria das pessoas com este tipo de dor tem um prognóstico favorável. Mas a maioria das pessoas não são todas as pessoas. E numa sociedade onde estamos cada vez mais sedentários e obesos, este tipo de dores só tem tendência para aumentar, e os casos em que a fisioterapia ou outro tratamento conservador não são eficazes podem tornar-se mais comuns.


3. Se não se começar a mexer, não vai ficar melhor

É importante não confundir o tratamento da dor radicular aguda (ciática com poucos dias de evolução) com outras condições, como a dor lombar não específica. Para estas últimas, movimento é o que se quer. Para as primeiras (com dor aguda), o movimento pode ser muito doloroso e, por isso, desaconselhado.

A dor aguda é frustrante e pode levar ao cansaço mental e emocional. Fazer uma data de exercícios nesta fase não vai ajudar. Há estudos que sugerem que, nestas fases agudas, fazer menos é melhor. É importante saber quando é melhor não fazer nada, e às vezes é preferível uma abordagem de descanso e relaxamento. Não tenha sentimentos de culpa se sentir que o seu corpo lhe está a pedir um pouco de repouso temporário.

Um estudo de 2018 concluiu que curtos períodos de recuperação na cama como estratégia de controlo da dor podem não ser contra-indicados devido à falta de benefício de outras opções. Portanto, “nunca deve descansar” é um mito.


4. Experimente só este exercício

Se pesquisar “melhor exercício para ciática” no Dr. Google vai encontrar 8 milhões de resultados! Tem tudo para dar asneira. Todos estes artigos e vídeos dizem-lhe que há um exercício (ou um conjunto de exercícios) que são os melhores, e todos os outros são contra-indicados.

Infelizmente, não há um! A atividade física geral parece ser tão ou mais benéfica como os exercícios específicos. O seu fisioterapeuta deve ajudar com recurso às duas componentes, tanto a específica como a geral são importantes para a sua recuperação. Explique os movimentos que são mais comuns no seu dia. Os exercícios terapêuticos devem ser semelhantes ao que faz normalmente. Esta será a melhor receita para ser consistente.

Portanto, a melhor forma de exercício é aquela que você faz a longo prazo. O “exercício único e específico para dor ciática” é um mito.


5. A culpa é sempre do músculo Piramidal

A síndrome do músculo piramidal é o bode expiatório da dor ciática há muitos anos. Os estudos mais recentes sugerem que as características mais comuns desta dor são:

  • dor unilateral nas nádegas;
  • dor ao sentar-se durante muito tempo seguido;
  • aumento da sensibilidade e dor ao toque.

Infelizmente, estes também são sintomas clássicos de uma patologia da raíz nervosa lombar. Só porque é sentido na nádega, não significa que a fonte do problema seja a nádega.

Isto significa que a síndrome do piramidal é um mito? Nem sempre, mas pense na quantidade de músculos que prendem nervos noutra zona do seu corpo. Não é comum, e seria estranho que nesta região, um músculo estragasse a boa reputação da relação entre músculos e nervos.


Referências Bibliográficas

  1. Schmid, A., Fundaun, J. and Tampin, B., 2020. Entrapment neuropathies: a contemporary approach to pathophysiology, clinical assessment, and management.
  2. Goldsmith, R., Williams, N.H., Wood, F., 2019. Understanding sciatica: illness and treatment beliefs in a lumbar radicular pain population. A qualitative interview study.
  3. Fernandez, M., Ferreira, M.L., Refshauge, K.M., Hartvigsen, J., Silva, I.R.C., Maher, C.G., Koes, B.W., Ferreira, P.H., 2016. Surgery or physical activity in the management of sciatica: a systematic review and meta-analysis. European Spine Journal 25, 3495–3512
  4. Di Mattia, F., Tejani, S. and Hall, T., 2018. Bed Rest for Sciatica: A Closer Look at the Evidence. Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy, 48(6), pp.436-438.
  5. Dedering, Å., Peolsson, A., Cleland, J.A., Halvorsen, M., Svensson, M.A., Kierkegaard, M., 2018. The Effects of Neck-Specific Training Versus Prescribed Physical Activity on Pain and Disability in Patients With Cervical Radiculopathy: A Randomized Controlled Trial. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation 99, 2447–2456.
  6. Park, J., Lee, Y., Lee, Y., Shin, S., Kang, Y. and Koo, K., 2020. Deep gluteal syndrome as a cause of posterior hip pain and sciatica-like pain. The Bone & Joint Journal, 102-B(5), pp.556-567
  7. Jesson, T., 2020. Sciatica. The Clinicians Guide. Book 1, What is it?

O que causa a degeneração dos seus discos da coluna?

É um fenómeno muito comum. Se fizer um exame à sua coluna, dependendo da sua idade, vai encontrar uma ou mais alterações nos seus discos da coluna, desde a desidratação até à hérnia discal. Quais são os fatores de risco para este problema?

Não pense que a degeneração dos discos da sua coluna é uma alteração que só acontece na velhice. Muitas pessoas a partir dos 20 anos já apresentam estas alterações, como degeneração dos discos (37%), protusão do disco (29%) ou até perda da altura do disco (24%).

Mas por que razão isto acontece tão cedo na vida, e quais os fatores que são causadores?


Andar de pé tem desvantagens

A evolução traz coisas boas e outras menos boas. Deu-nos a capacidade de andar ou correr maiores distâncias, estar menos expostos ao sol (só apanhamos sol na cabeça e nos ombros, e na savana, isto é uma vantagem) e avistar com mais facilidade os predadores que nos queriam tornar no seu almoço.

No entanto, a pressão que a gravidade exerce sobre uma coluna vertical é diferente da pressão que exerce sobre uma coluna que está na posição horizontal. Este não é o fator mais importante, porque as pessoas que ainda têm o estilo de vida de caçador recoletor hoje em dia, para além de sofrerem muito menos de dores nas costas, em princípio não apresentam tantas alterações na coluna como nós. Por isto mesmo, percebe-se porque é que as alterações degenerativas nos discos da coluna são tão frequentes na população ocidental.


O princípio do fim

Como sempre, nunca é apenas um fator a causar um problema de saúde. Normalmente, é um conjunto de situações que vão gradualmente agravando o estado de saúde de um determinado órgão ou estrutura.

apoptose é quase sempre o ponto de partida para a degeneração de qualquer tecido no nosso corpo. Este fenómeno é definido como a morte programada das células. Os fatores de risco aumentam a velocidade a que se dá a apoptose, e faz com que a criação de novo tecido não seja rápida o suficiente para substituir as células que morrem.


Fatores de risco para dar e vender

Quais são então os fatores que aumentam a velocidade da apoptose?

  • Perda da altura do disco – Por sua vez, e juntamente com a degeneração discal, esta perda de altura aumenta o risco de ter Osteoporose;
  • Alterações Modic – São lesões na medula óssea, que pode ir do nível 1 (o mais ligeiro), em que há inflamação e edema ao redor e na própria vértebra, até ao nível 3 (o mais grave), já com lesão e pequenas fraturas na estrutura óssea das vértebras. Estas lesões na vértebra aumentam o risco de ter degeneração no disco;
  • Amplitude de movimento – Os estudos são bastante claros. Quanto menos movimento a coluna tiver, maior o risco de degeneração;
  • Hereditariedade – A culpa é dos seus pais, avós, bisavós… Neste estudo, gémeos monozigóticos (verdadeiros) com profissões completamente diferentes apresentaram níveis semelhantes de degeneração dos discos;
  • Variantes genéticas (COL11A1) – Alterações a nível genético podem contribuir para o aparecimento ou agravamento da degeneração dos discos, assim como a desregulação do MicroRNA;
  • Obesidade – É um fator de risco para a grande maioria das doenças crónicas e não contagiosas atuais. A inflamação aumenta com o excesso de tecido adiposo (gordura) e provoca lesões e danos estruturais em todos os órgãos e tecidos, inclusive nos discos intervertebrais;
  • Polimorfismo no gene receptor de vitamina D (Fokl) – É preciso mais investigação, mas aparentemente o polimorfismo deste gene receptor de vitamina D pode aumentar o risco de degeneração discal.

Deve preocupar-se?

Nim.

Ter discos a ficarem estragados não é uma boa notícia. Quanto mais alterações nos discos tiver, maior a probabilidade de vir a ter dores nessa zona.

No entanto, ter estas alterações não é uma sentença. 93% das pessoas acima dos 70 anos têm degeneração discal. Aos 50 anos, a probabilidade é de 80%. Quase 40% dos jovens de 20 anos têm este problema.

A conclusão é simples: É preferível não ter degeneração discal mas, no caso de ter, mantenha um bom estilo de vida para que se mantenha saudável e sem dores.


Referências Bibliográficas

Association of lumbar disc degeneration with osteoporotic fractures; the Rotterdam study and meta-analysis from systematic review. Bone 2013 Nov;57(1):284-9.doi: 10.1016/j.bone.2013.08.004. Epub 2013 Aug 17

The relationship between obesity, low back pain, and lumbar disc degeneration when genetics and the environment are considered: a systematic review of twin studies. Amabile B Dario et al. Spine J. 2015 May 1;15(5):1106-17. doi: 10.1016/j.spinee.2015.02.001. Epub 2015 Feb 7

A Meta-analysis Assessing the Association Between COL11A1 and GDF5 Genetic Variants and Intervertebral Disc Degeneration Susceptibility. Fashuai Wu et al. Spine 2020 Jun 1;45(11):E616-E623.

Association Between FokI Polymorphism of Vitamin D Receptor Gene and Lumbar Spine Disc Degeneration: A Systematic Review and Meta-Analysis. Rosa Giannina Castillo-Avila et al. American Journal Physical Medical Rehabilitation 2021 May 1;100(5):492-500

Association Between Overweight or Obesity and Lumbar Disk Diseases: A Meta-Analysis. Xian XuXu LiWei Wu. Journal Spinal Disorders Tech 2015 Dec;28(10):370-6

Risk factors for degenerative spondylolisthesis: a systematic review. John G Devine et al. Evidence Based Spine Care Journal 2012 May;3(2):25-34. doi: 10.1055/s-0031-1298615

Radiological predictors of recurrent lumbar disc herniation: a systematic review and meta-analysis. Michael Brooks et al. Journal Neurosurgeon Spine 2020 Nov 27;1-11. doi: 10.3171/2020.6.SPINE20598

A hiperlordose lombar é a causa das suas dores nas costas?

A sua curvatura grande das costas não é a causa das suas dores. Aliás, contrário até pode ser verdade.

Neste artigo mostro-lhe os 3 principais fatores de risco que podem estar a provocar dores no fundo das suas costas.

“Se alguém lhe disser que sabe porque é que você tem dores nas costas, essa pessoa está a mentir. Estudo a dor lombar há mais de 20 anos e sei do que falo”. Esta frase é de um fisioterapeuta investigador, que se dedica ao estudo da dor lombar há muitos anos.

Quando ele fala de “dor lombar”, refere-se às dores sem causa aparente e sem traumatismo associado. Não está a falar de dores provocadas por fraturas vertebrais ou cólicas renais.

E ele tem razão. A dor é um processo neurológico extremamente complexo, com muitas variáveis, e não é sobre isso que este artigo fala. Quero mostrar-lhe o que a ciência diz sobre a seguinte pergunta:

A minha hiperlordose lombar (ou grande curvatura no fundo das costas) pode ser a causa das minhas dores nessa zona?

O que a ciência nos diz

Para responder a esta pergunta, foi feito um estudo em 2017, onde analisaram os resultados de outros 13 estudos. Chama-se a isto uma revisão sistemática, uma espécie de apanhado de toda a investigação sobre um determinado assunto.

No total, avaliaram 796 pessoas com dor lombar, e 927 sem qualquer dor. O objetivo foi perceber se as pessoas com dor tinham mais curvatura lombar do que as outras, e isso poder ser um indicador de que a hiperlordose lombar pudesse estar relacionada com a dor que tinham.

O que concluíram foi bastante diferente. As pessoas com dor lombar tinham curvaturas lombares mais pequenas do que as pessoas que não tinham dor. Estes resultados contradizem a ideia popular que a hiperlordose provoca dores.

Hiperlordose causa hérnias?

Outra ideia popular é a de que este excesso de curvatura provoca degeneração dos discos da coluna e até hérnias discais. Pois bem, este mesmo estudo conclui precisamente o oposto. A degeneração dos discos e as hérnias discais são mais comuns em pessoas com diminuição da curvatura lombar.

Já agora, podemos arriscar outra conclusão. A diminuição de curvatura lombar pode estar associada à falta de mobilidade desta zona e, assim, ser essa a causa das dores, da degeneração dos discos e das hérnias discais. Parece improvável?

3 Fatores de risco

Mais uma vez, trago-lhe uma revisão sistemática, que agrupou 12 estudos que analisaram os fatores de risco para o aparecimento de dor lombar, num total de mais de 5 mil pessoas. E eis as conclusões. Estes fatores de risco são:

  1. Diminuição da amplitude de movimento de flexão lateral do tronco;
  2. Lordose lombar diminuída;
  3. Diminuição da flexibilidade dos músculos posteriores da coxa (os ísquiotibiais).

Trocando por miúdos, a falta de curvatura lombar, diminuição da mobilidade de inclinação da coluna e falta de flexibilidade dos músculos de trás das coxas são os 3 principais fatores de risco para o aparecimento de dor lombar.

Pode-se dizer que a falta de curvatura lombar também é uma consequência da falta de flexibilidade dos ísquiotibiais, portanto acabam por estar interligados.

Conclusão

Respondendo à pergunta do título deste artigo: não, a hiperlordose lombar não é a causa das suas dores. Pelo que a ciência nos diz, é precisamente o oposto. A falta desta curvatura é que pode provocar dores.

Assim, se já tiver dores lombares, fale com o seu fisioterapeuta. Se quer prevenir o aparecimento de dores lombares, para além de todos os cuidados com o seu estilo de vida, lembre-se destes 3 elementos essenciais: mobilidade, flexibilidade e força. Sei que este último não consta nas conclusões destes estudos, mas certamente irá ajudar a manter uma coluna saudável.

Porque temos hérnias discais?

Há vários fatores que provocam degeneração dos seus discos da coluna, desde genéticos, mecânicos, até aos ambientais. A pergunta mais importante é: quanto pesa cada um deles?

A degeneração dos discos intervertebrais é um processo natural durante o envelhecimento. São muitos os fatores que provocam e agravam este processo. Tão importante como perceber quais os fatores, é entender quanto pesa cada um deles no resultado final.

Qual é o que pesa mais?

Cada um deles agrava um desequilíbrio que é normal acontecer em todos os nossos tecidos do corpo, que é a ação das células que constroem e das células que destroem. A imagem que se segue em baixo é muito popular e demonstra a relação entre estes dois agentes, neste caso relacionados com os nossos ossos. Os osteoblastos criam osso, enquanto que os osteoclastos o destroem. A osteoporose é o desequilíbrio entre estes dois agentes.

Todos os nossos tecidos obedecem a este princípio, e os nossos discos intervertebrais não são exceção. A apoptose (morte programada das células) contribui para este processo, assim como a inflamação. Já se começa a estudar outros fatores que agravam a degeneração dos discos, como o Micro-RNA.

Não é um tema simples, mas a maioria destes fatores são geneticamente programados, sobre os quais não temos qualquer controlo.

O que a ciência nos diz?

As investigações feitas na última década levaram a uma grande mudança na compreensão da degeneração do disco e as causas que a provocam. Anteriormente, pensava-se que as cargas físicas pesadas eram o principal fator de risco para a degeneração do disco.

No entanto, ultimamente os estudos dizem-nos algo bastante diferente. Fizeram-se inclusivamente investigações com gémeos monozigóticos (ou seja, verdadeiros), e chegaram à conclusão que, embora tivessem estilos de vida e profissões diferentes, tinham níveis semelhantes de degeneração dos discos.

As pesquisas recentes concluem que a hereditariedade tem um papel dominante na degeneração do disco, explicando 74% da variância nas populações adultas estudadas até hoje. Por outras palavras, a culpa não é sua.

Não há nada que se possa fazer?

A genética e a hereditariedade são os maiores responsáveis pelos seus discos estarem a ficar estragados. Podemos ver as coisas por outro prisma. Temos uma janela de 26% de responsabilidade, com a qual podemos trabalhar.

Aqui entram todas as recomendações que nós, equipa da FisioMoço, temos feito desde o início. Um bom estilo de vida previne e trata muitas das queixas que possa vir a ter ao longo da sua vida. Boa qualidade de sono, hidratação, estado emocional equilibrado, exercício físico regular e baixo (ou nenhum) consumo de álcool e tabaco são fundamentais para um envelhecimento saudável.

Ah, para terminar. Não se esqueça que pode ter discos degenerados sem ter dor. Portanto não fique com medo se estes problemas aparecem num exame. Ainda assim, e como vimos no artigo anterior, quanto menos degeneração dos discos tiver, menos probabilidade tem de vir a ter dores.

Os seus discos da coluna vão-se estragar. Mas há boas notícias

Se acredita que não tem ou não vai ter hérnias aos 40, 50 ou 70 anos, as probabilidades não estão a seu favor.

Passamos a vida a tentar evitar as dores. Claro que sim. É um sintoma desagradável. Achamos que ter dor é sinal de algum problema, alguma lesão. Achamos também que não ter dor é sinal de que está tudo bem.


https://youtu.be/_50cR6ka-0k


Se há dano, há dor?

No entanto, esta ideia tem sido posta em causa já há alguns anos, com vários estudos científicos a concluírem que, por termos uma lesão, não quer dizer que tenhamos dor. O contrário também é verdade: por termos dor, não quer dizer que tenhamos uma lesão.

Estas duas ideias, que são complementares, parecem não fazer muito sentido. Ora se uma peça do corpo está danificada, o nosso corpo vai transmitir essa informação através do mecanismo “Dor”. Mas não é isso que a ciência nos diz. E diz-nos várias vezes, por intermédio de várias pessoas, em estudos diferentes realizados em diferentes populações.

Com a idade, a degeneração não é uma probabilidade, é uma certeza

Este estudo, de 2015, observou as colunas vertebrais de 3110 pessoas, com idades desde os 20 até aos 80, sem qualquer tipo de sintoma. Isto foi o que eles viram nos exames que fizeram.

São muitos números e muitos nomes estranhos. Vamos salientar as conclusões mais importantes:

  • Aos 20 anos, 37% já tinha degeneração dos discos. Aos 80, eram 96%, ou seja, praticamente todos;
  • 24% das pessoas entre os 20 e os 30 anos tinha perda de altura dos discos (normalmente por desidratação e alterações das propriedades dos discos). Aos 80, eram 84%;
  • Aos 20 anos, 29% já tinha protusões discais. Aos 80 anos, eram 43%;

Praticamente toda a população vai ter algum tipo de degeneração dos discos. Quase metade vai ter protusões discais e espondilolisteses (deslizamento de uma vértebra para a frente ou para trás). E esta população não vai ter dor por causa destes problemas. Faz sentido continuar a chamar-lhes problemas?

Conclusão

As imagens de alterações degenerativas da coluna vertebral são comuns em pessoas assintomáticas e aumenta com a idade. Estas alterações fazem parte do envelhecimento normal e podem não estar associadas à dor que tem nas costas. Isto pode parecer estranho, mas as dores podem não ser consequência destas alterações, porque como já vimos, as pessoas que não têm dor também apresentam estas alterações.

Da próxima vez que fizer uma ressonância magnética e o seu exame estiver cheio de jargão médico, com lesões aqui e ali, tenha calma. A solução pode passar por fisioterapia, exercício terapêutico ou, na pior das hipóteses, cirurgia. Procure o seu médico e o seu fisioterapeuta de confiança, e comprometa-se com o plano de tratamento que lhe for traçado.