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Como Evitar Lesões nos Joelhos e nas Pernas?

Se recomeçou a fazer exercício físico no início do ano – como caminhada ou corrida – tenha atenção porque o frio aumenta a probabilidade de se magoar, principalmente nos joelhos!


No início de cada ano é comum recebermos mais pessoas com problemas nas pernas – principalmente joelhos. Parece que as resoluções de Ano Novo são um dos principais motivos para que isto aconteça, já que decidem – e bem – ser mais ativos.

O problema é que, quando somos sedentários há algum tempo – e em alguns casos, a vida toda – o nosso corpo precisa de tempo para se ajustar aos novos desafios físicos que lhe impomos. Neste artigo explicamos:

  1. Como aquecer devidamente para evitar lesões
  2. Como reduzir o risco de lesão depois do exercício físico

Como Aquecer Devidamente para Evitar Lesões

Primeiro que tudo, não há nada que possa fazer para evitar lesões. Confuso? O que fazemos é reduzir o risco de lesão com algumas práticas específicas antes ou depois do exercício físico. Mas o risco está lá sempre, temos é de o saber gerir.

Isto que vou partilhar consigo é importante para pessoas de todas as idades, mas é fundamental para quem já entrou nos “entas”. No exemplo da caminhada, a sua segurança e redução do risco de lesões começa mesmo antes de sair de casa:

  • Atenção aos perigos  – Por vezes o único sítio para caminhar é num trilho acidentado cheio de pedras e desníveis gigantes. Este não é o melhor local para começar a dar caminhadas. Os seus pés (e pernas em geral) ainda não estão preparados para este nível de dificuldade. Comece com trilhos pouco acidentados e progrida com calma. Lembre-se que ser ativo é um plano a 80 anos. Quando estiver mais à vontade, varie o tipo de trilho;
  • Calçado – Não escolha os ténis só pelo estilo! Ao início os ténis com mais suporte e conforto podem ser uma boa ajuda para fazer o desmame do sedentarismo mas, com o tempo, opte por ténis cada vez mais flexíveis e com menos suporte, para que os músculos dos seus pés e pernas possam entrar em ação; 
  • Hidrate-se bem  – O seu corpo é 70% água. Todos os mecanismos de regeneração muscular e articular dependem da água que ingere. Para além disso, beber água previne as cãibras e possíveis tonturas (devido à desidratação).

Como Reduzir o Risco de Lesão depois do Exercício Físico

Depois da sua caminha – seguindo o exemplo anterior, mas estes conselhos são válidos para qualquer tipo de exercício físico – há uma série de ações que pode tomar para reduzir o risco de cãibras e de dores:

  • Bebidas Mágicas – O risco de ter cãibras musculares diminui se ingerir sumo de pickles ou vinagre de sidra, de acordo com uma revisão de 2022;
  • Evite o Gelo – Se tiver com muitas dores aplique gelo, porque é um analgésico natural. Mas saiba que o gelo irá atrasar o processo fibroblástico e de regeneração dos seus tecidos, por reduzir a ação inflamatória;
  • Alongar não ajuda – Se gostar de esticar os seus músculos depois do exercício, pode fazê-lo. Mas os estudos confirmam que não ajuda a ter menos dores depois do treino, nem a reduzir o risco de lesão se os fizer antes.
  • Mexa-se quando puder – O pior que pode fazer depois de um treino é ficar parado nas horas seguintes. Esta inatividade muscular e articular gera ainda mais desconforto do que quando mantém o corpo em movimento.

O que deve fazer

Se está neste momento a tentar resolver um problema de dor no joelho, agora já sabe o que NÃO DEVE fazer. Para saber qual a melhor solução para o seu caso específico, entre em contacto connosco para marcar a sua primeira sessão.

Caso ainda tenhas dúvidas se precisa mesmo de tratamento e quiser falar com um Especialista em Lesões no Joelho, preencha este formulário e nós entraremos em contacto consigo.


Mais Recursos Gratuitos

Se quiser saber mais sobre como pode recuperar o seu joelho, consulte a nossa página dedicada a este problema, aqui.

3 Soluções Rápidas que não ajudam a eliminar a Dor no Joelho

Já experimentei isto tudo mas nada funcionou. O que faço a seguir?


Há umas semanas tivemos uma utente que se queixava de dores no joelho direito. Ela disse-nos: “Já tomei anti-inflamatórios, descansei o joelho durante estas últimas semanas e até comprei uma joelheira para limitar alguns movimentos. Mas a dor ainda está cá!

E continuou: “Estou a ficar frustrada porque quero dar as minhas caminhadas e não consigo. Já nem consigo brincar com os meus netos“. A maioria das pessoas que nos chega fazem a mesma coisa: repouso, medicação e joelheiras.


Porque isto não funciona

É possível que funcione ocasionalmente. Essas pessoas não chegam a procurar a nossa ajuda. Mas para a maioria das pessoas com mais de 40 anos que se sentem frustradas por não estarem melhores – mesmo depois de semanas ou meses – não funciona, e vou partilhar consigo porquê.


Repouso

Quando a dor aparece, parar e descansar o joelho parece uma boa ideia. E é, mas apenas por alguns dias. Usar esta estratégia por muitos dias – ou semanas – é igual a deixar-se ficar na cama depois de ter estado doente. O corpo precisa de voltar ao ativo o quanto antes.

Se as dores apareceram hoje e sente os músculos à volta do joelho tensos, limite os movimentos e as cargas de acordo com a gravidade das suas queixas. Se consegue caminhar lentamente, não fique o dia todo no sofá.

Assim que começar a sentir-se melhor – o que acontece geralmente após o 2º dia – teste os movimentos e as cargas que já consegue fazer. Nesta fase é muito importante conhecer quais os seus limites.


Tomar Medicamentos

Quem nunca? Quando a dor não passa, esta é uma das primeiras coisas que faz, até para evitar que a dor piore. Não me interprete mal, tomar anti-inflamatórios ou analgésicos pode ser uma boa opção naquela fase em que a dor é mesmo muito forte.

Só que, mesmo que a dor passe, não chega a perceber a razão, a origem do problema. A medicação não resolve nada, apenas mascara os sintomas. Por isso, é provável que essas queixas voltem.


Joelheiras

As ortóteses como cintas lombares ou joelheiras devem ser usadas como último recurso. Isto porque têm dois efeitos muito negativos no longo prazo.

Imagine que partiu a perna e usa gesso durante 6 semanas. Os músculos da sua perna vão ficar mais fracos e quando tirar o gesso terá de fazer fisioterapia para reforçar a musculatura. Se usa uma joelheira que dá suporte e estabilidade, os músculos que deviam fazer essa função tornam-se “preguiçosos” e há a possibilidade de enfraquecerem.

Para além disso – e para mim, pior – o facto de andar sempre com uma joelheira provoca sentimentos de receio e hipervigilância. Transmite-lhe a ideia que o joelho está cronicamente fraco e que precisa de ajuda para ter mais estabilidade. Isto é o pior que pode fazer, pois é o oposto do que devia fazer: fortalecer e ganhar estabilidade para que o problema não volte a ocorrer.


O que deve fazer

Se está neste momento a tentar resolver um problema de dor no joelho, agora já sabe o que NÃO DEVE fazer. Para saber qual a melhor solução para o seu caso específico, entre em contacto connosco para marcar a sua primeira sessão.

Caso ainda tenhas dúvidas se precisa mesmo de tratamento e quiser falar com um Especialista em Lesões no Joelho, preencha este formulário e nós entraremos em contacto consigo.


Mais Recursos Gratuitos

Se quiser saber mais sobre como pode recuperar o seu joelho, consulte a nossa página dedicada a este problema, aqui.

Porque sente dor no joelho quando faz Caminhadas – Saiba o que pode fazer

As caminhadas nos feriados e fins de semana provocam dores no seu joelho? Saiba o que pode fazer para desfrutar dos passeios de Caxias até Cascais sem dores!


A dor no joelho é um problema extremamente comum para pessoas com mais de 45 anos, e entendemos o quão frustrante pode ser. Pensou que ia dar um passeio agradável e as dores no joelho não deixam.

Muitos dos nossos utentes pedem-nos ajuda depois de lhes terem dito para repousar e tomar analgésicos e anti-inflamatórios ou, pior, que faz parte do envelhecimento.


E se não quiser seguir estes (maus) conselhos?

Então nós podemos ajudar. Neste artigo do blog falaremos de:

  • As causas mais comuns de dor no joelho ao caminhar;
  • Conselhos simples para aliviar a dor no joelho;
  • Exercício rápido e simples para fazer em casa;

A causa mais comum de Dor no Joelho ao Caminhar

A dor no joelho ao caminhar pode ter várias causas, mas normalmente é um de dois problemas:

Uma dor aguda e forte atrás do joelho ao caminhar

Este tipo de dor é normalmente associado a um músculo “preso” (contratura) após uma lesão desportiva, uma viagem grande de carro, uma queda ou um acidente. O músculo pode recuperar sozinho, mas por vezes pode precisar de ajuda profissional para recuperar a 100%.

Se acha que tem este problema, temos um artigo no blog a explicar o que deve fazer quando tem uma contratura. Apesar de estar direcionado para as contraturas nas costas e pescoço, pode aplicar estes princípios para qualquer zona do seu corpo.

Carregue aqui para saber o que fazer quando tem uma contratura


Uma dor incomodativa e difusa atrás do joelho ao caminhar

Este tipo de dor é normalmente causado por uma patologia chamada Osteoartrite (que provoca artroses), que faz com que as articulações se tornem dolorosas e rígidas. Geralmente afeta pessoas com mais de 50 anos e é o tipo mais comum de artrite em Portugal.

Após um tempo a andar (mais de 30 minutos), a dor normalmente aumenta e causa desconforto atrás do joelho e na área à volta.

Se a sua dor for causada por Osteoartrite e agrava na caminhada, tende a diminuir depois de parar de andar. No entanto, se esforçar o joelho devido à sua rotina diária, como fazer compras, trabalho doméstico e cuidar dos netos, a dor pode manter-se por vários dias.

No vídeo seguinte, damos-lhe 2 Dicas rápidas para conseguir fazer as suas Caminhadas sem dores:


Que mais pode fazer?

Há coisas simples que pode fazer para o alívio rápido da dor no joelho que não envolve analgésicos:

  • Calor – Use uma bolsa de água quente no joelho por 15 a 20 minutos. Vai reduzir a rigidez e provavelmente proporcionará alívio rápido da dor no joelho. Se agravar a dor, é porque tem uma inflamação;
  • Mantenha-se Ativo(a) – Quando mais sedentária for a sua rotina diária, mais dores terá quando decidir caminhar. O seu corpo habitua-se ao que faz e desabitua-se do que não faz;

Se sente que precisa de aumentar o seu nível de atividade física, damos-lhe uma ajuda neste próximo vídeo. Aproveite para juntar estes exercícios aos que lhe demos no vídeo anterior.


E se isto não ajudar?

Se o seu problema ou lesão for ligeiro, ao aplicar estes conselhos diariamente pode ser suficiente para fortalecer os músculos e evitar que o joelho fique rígido e doloroso.

No entanto, se o seu problema for mais grave e o desconforto piorar, então pode beneficiar de algumas técnicas mais avançadas de alívio da dor e exercícios mais específicos adaptados às suas necessidades individuais.

Na FisioMoço temos muita experiência com este tipo de problemas, e queremos que faça parte do grupo de pessoas que já conseguimos ajudar a ter uma vida mais tranquila, sem dores no joelho e livres de medicação constante.

Por isso, damos-lhe a possibilidade de falar diretamente connosco através dos nossos contatos, ou pedir para um Especialista em Dores no Joelho para falar consigo, no dia e hora mais conveniente para si. Basta preencher este curto formulário.

Comece já hoje o caminho para se livrar dessas dores no joelho!

8 Factos sobre a dor persistente que deve conhecer

Se tem dores, tem lesão. Esta é uma ideia muito popular. Mas não pode estar mais longe da verdade. Trago-lhe alguns factos importantes sobre a sua dor.


Ter dor não significa ter lesão

Qualquer dor é real, independentemente da causa. A surpresa está no facto de poder ter dor sem de facto ter um dano nos tecidos (músculos, ossos, ligamentos…). Talvez tenha tido uma lesão, mas a dor continua muito depois de o dano ter cicatrizado.

Pode também ter lesões visíveis numa radiografia, TAC ou ressonância magnética, e essas lesões não serem a causa das suas dores. Na verdade, vários estudos concluíram que muitas pessoas com alterações estruturais nos exames não sentem dor, como já falámos neste artigo. À medida que envelhece, é mais provável ter do que não ter.

A razão pela qual pode haver uma diferença tão grande entre dor e dano é simples. O tecido pode suportar apenas uma certa quantidade de carga (movimento, tensão ou pressão) antes de sofrer dano. No entanto, o nosso sistema de dor é extraordinariamente complexo. Os fatores psicológicos e sociais também podem causar dor – estes são chamados de fatores não teciduais.


Pode ser psicológico?

Em 1995, o British Medical Journal relatou o caso de um profissional da construção civil, que tinha uma dor excruciante  por causa de um prego de 15 cm, que perfurou a sua bota. Mas quando os médicos o removeram, descobriram que o prego tinha passado por entre os dedos do pé.

Outras experiências, como por exemplo da “mão de borracha“, provam que a interpretação que o nosso cérebro faz da realidade, nem sempre corresponde à realidade.


O que precisa de saber

O estudo da dor evoluiu muito nos últimos 25 anos. Hoje sabemos que:

  1. A maioria dos episódios de dor ocorre para evitar lesões nos tecidos;
  2. Com dor persistente, o sistema de dor pode tornar-se superprotetor;
  3. Quando a dor persiste, geralmente fica mais forte e dura mais tempo;
  4. Com dor persistente, a influência de fatores não teciduais é maior;
  5. Fatores não teciduais incluem stress, ansiedade, medo de lesões, má qualidade de sono ou preocupação em voltar ao trabalho;
  6. Alterações estruturais nos exames (hérnias discais na ressonância magnética) raramente são o motivo da dor;
  7. A forma como lhe transmitem a informação sobre os seus exames pode causar ou agravar a dor;
  8. Os seres humanos têm uma incrível capacidade de curar, reparar e de se adaptarem.

A dor é um sinal de que algo não está bem, que pode ser algo físico ou psicológico.

Músculos tensos por causa do stress? Conheça o Relaxamento Muscular Progressivo

Quando tem ansiedade ou stress na sua vida, uma das maneiras pelas quais o seu corpo responde é através de tensão muscular. O Relaxamento Muscular Progressivo é um método que ajuda a aliviar essa tensão.

O que é o Relaxamento Muscular Progressivo (RMP)?

O RMP ensina a relaxar os músculos através de um processo de duas etapas. Primeiro, provoca tensão em grupos musculares específicos no seu corpo, como no pescoço e ombros. Em seguida, relaxa a tensão e toma consciência de como os seus músculos se sentem quando os relaxa.

Este exercício irá ajudá-lo a diminuir os seus níveis gerais de tensão e stress, além de ajudar a relaxar quando estiver com ansiedade. Também pode ajudar a reduzir problemas físicos, como dores de estômago e de cabeça, além de melhorar o sono.

Dicas úteis para começar

  • Reserve cerca de 15 minutos e faça este exercício num local onde não seja incomodado;
  • Durante as primeiras duas semanas, pratique este exercício duas vezes por dia. Depois faça-o quando sentir necessidade;
  • Não fique ansioso(a) se não conseguir relaxar. Inicialmente, faça quando estiver calmo para ser mais fácil realizar o exercício quando estiver em stress.

Prepare-se

Encontre um lugar tranquilo e confortável para se sentar, depois feche os olhos e solte o corpo. Apesar de relaxar antes de dormir melhora o seu sono, o objetivo deste exercício é aprender a relaxar enquanto estiver acordado. Use roupas confortáveis ​​e não se esqueça de tirar os sapatos. Faça cerca de 5 respirações lentas e profundas antes de começar.

1º Passo – Tensão

O primeiro passo é aplicar tensão muscular a uma parte específica do corpo. Primeiro, concentre-se no grupo muscular, por exemplo, na sua mão esquerda. Em seguida, respire lenta e profundamente e aperte os músculos o máximo que puder, cerca de 5 segundos. Neste caso, está a fechar a mão esquerda.

É fácil tensionar sem querer outros músculos (por exemplo, o ombro ou o braço). Tente tensionar apenas os músculos alvo. Com a prática torna-se mais fácil. Não deve sentir dor durante o exercício.

2º Passo – Relaxamento

Após a tensão de 5 segundos, relaxe os músculos e expire ao mesmo tempo. É importante concentrar-se e notar a diferença entre a tensão e o relaxamento. Esta é a parte mais importante de todo o exercício.

Fique relaxado(a) durante 15 segundos e depois continue para o próximo grupo muscular, e repita os dois passos. Depois de completar todos os grupos musculares que sente necessidade de relaxar, reserve algum tempo para ganhar consciência do seu estado de relaxamento.

Nota: Pode levar algum tempo a aprender a relaxar o corpo e perceber a diferença entre tensão e relaxamento.

Nota Final

Lembre-se de praticar o relaxamento muscular progressivo com frequência, quer esteja ansioso(a) ou não. Embora possa parecer um pouco aborrecido no início, no final ganhará uma capacidade que provavelmente será muito importante na gestão da sua ansiedade no seu dia a dia.

Se já for praticante de meditação, pode incorporar este exercício de tensão-relaxamento na sua prática diária meditativa. Para mais informações acerca deste método, pode consultar este site.

Porque me doem os músculos se não faço exercício?

Ao passar muito tempo sentado, a musculatura responsável por estabilizar a coluna fica mais relaxada e enfraquecida, aumentando ainda mais as pressões sobre a coluna, o que facilita o aparecimento de dor.

Quando realiza atividades que ativam os músculos, beneficia tanto o coração como o “sistema de retorno sanguíneo”. O que é este sistema?

A importância do sangue voltar à “base”

Uma das características mais populares da falta de exercício é a chamada limitação periférica. Pessoas sedentários, que acumulam os efeitos das perdas funcionais pela falta de exercício, apresentam o conhecido quadro da dor muscular (mais nos membros inferiores), mesmo durante pequenos esforços. Isto acaba por ser o fator limitante da sua capacidade física.

Quando realiza um exercício, a prioridade é o ajuste do fluxo sanguíneo para os músculos. Rapidamente, o coração acelera e aumenta a perfusão dos músculos em atividade, levando oxigénio e nutrientes para a produção de energia. Ao mesmo tempo que a bomba cardíaca impulsiona o sangue para a periferia do sistema vascular, torna-se necessário existir um mecanismo que auxilie o retorno do sangue para o coração.

Este retorno do sangue é o resultado de um sistema de “bombeamento”, que conta com a participação de duas componentes: as válvulas das veias, que impedem o refluxo do sangue no sentido contrário, e a ação dos músculos, propulsionando o sangue através da sua contração, sendo a principal componente deste sistema. Simplificando, pode-se dizer que o coração manda sangue para os músculos e estes enviam-no de volta para o coração.

A ação contráctil dos músculos, fundamentalmente dos grupos dos membros inferiores, é tão importante que o seu papel é chamado “coração periférico”. Esta componente torna-se muito mais eficaz quando pratica regularmente exercício físico.

Por outro lado, quando deixa de praticar exercício devido a, por exemplo, um confinamento geral, ou se é sedentário há muito tempo, este sistema de retorno sanguíneo não funciona bem. Na prática, irá sofrer de dores musculares não por ser demasiado ativo, mas por ser demasiado sedentário.

Mas esta não é a única consequência de ter músculos fracos e inativos

É importante ter músculos fortes e ativos por outro motivo fundamental. Terá mais dores articulares se os músculos forem fracos. Porquê? Porque se não tivermos estabilidade ativa (músculos) vamos depender somente da estabilidade passiva (ligamentos e articulações), e estas estruturas não conseguem tolerar posições estáticas durante muito tempo.

De modo geral, estabilidade passiva é usar algo, para além dos músculos, para adotar e manter a posição desejada. A estabilidade passiva pode ser:

  • Anatómica (interna): Utiliza as estruturas de estabilidade passiva da pessoa, como cápsulas articulares, cartilagem e ligamentos;
  • Externa: Utiliza uma ferramenta externa para suporte extra, como um colete.

A estabilidade ativa refere-se ao uso dos músculos para manter a posição desejada. Mas se os seus músculos estão a “dormir”, serão as estruturas passivas a ter de suportar todo o peso do corpo na posição em que está no momento. Já sentiu, enquanto estava sentado, uma “pontada” nas costas, tipo queimadura? É algum ligamento ou cápsula articular a “pedir ajuda”, pois não consegue suportar a posição do corpo, sozinho.

Se os seus músculos estiverem ativos, não só terá menos dores, como também menos lesões.

As lesões como consequência da falta de ativação muscular

Se por um lado, o músculo é o melhor remédio para tratar problemas da coluna vertebral, lombar ou articulações, a sua falta é, por outro, altamente prejudicial.  Perder 5 ou 6 quilos de massa muscular devido ao sedentarismo é muito comum. Perder peso nem sempre é uma boa notícia.

Os músculos não servem só para uma boa performance. A coluna vertebral não é só ossos e discos. É um sistema muito complexo que envolve muitos músculos e ligamentos. Mas têm de estar reforçados, pois caso contrário, na sua ausência, existe uma sobrecarga mecânica ao nível dos ossos e das fibrocartilagens. E isso é um risco.

Esta é a razão pela qual o aumento do desenvolvimento muscular é um dos aspetos importantes para tratar a dor. Imagine um jogador de futebol, como o Cristiano Ronaldo, com a carga e intensidade de treinos e jogos, sem a massa e força muscular que apresenta. Certamente, teria um número de lesões muito superior ao que apresenta.

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Artroses no Joelho: O que posso fazer para prevenir?

Sabe quais são os principais factores de risco para ter Osteoartrose no joelho? Neste artigo explico-lhe os 6 factores que mais contribuem para as artroses no joelho, e o que fazer para se proteger!

A Osteoartrose (OA), popularmente chamada artrose, é um tipo de artrite que atinge a cartilagem da articulação. Com o tempo, esta cartilagem desaparece e o osso sub-condral (que está coberto pela cartilagem) reage, ganha espessura e dá origem a mais osso, chamado osteófito (também conhecido como “bicos de papagaio” na coluna).

 A dor, a rigidez, a limitação dos movimentos e, em fases mais avançadas, as deformações são os sintomas desta doença. Mas o que provoca isto?

Investigadores estudaram os principais factores de risco para a OA e concluíram o seguinte:

  • Idade – Metade da população com artrite tem mais de 65 anos. No entanto, nem todas as articulações artríticas são dolorosas!
  • Género feminino – O pico de prevalência da OA (17%) ocorre em mulheres entre os 60-74 anos;
  • Obesidade – Um aumento de peso cria um aumento exponencial no risco de OA. Dois pontos a mais no IMC (Índice de Massa Corporal) aumentam o risco de OA do joelho em 36%!
  • Exposição profissional – Flexões de joelhos, agachamentos e levantamentos repetidos aumentam o risco de OA do joelho em 28%;
  • História de lesão traumática no joelho – Inclui roturas de ligamento cruzado anterior (LCA), roturas de menisco ou outras lesões significativas do joelho, que aumentam o risco de ter OA do joelho em 139%;
  • História familiar/genética – A presença de um parente próximo com OA do joelho aumenta o risco  em 72%.

A Orthopaedic and Arthritis Center for Outcomes Research criou até um instrumento online para calcular o risco que o leitor tem de desenvolver OA. Pode encontrá-lo através deste link: http://calculator.oarisk.org.

Isto quer dizer que  não há muito a fazer para evitar as artroses nos meus joelhos?

Pelo contrário. Você não pode escolher a sua história familiar, idade ou sexo, mas pode ter outros cuidados:

  1. Evite o excesso de peso – Pratica algum desporto ou actividade física? É sedentário? Alimenta-se de forma equilibrada? Se apenas dois pontos no seu IMC aumentam o risco de ter artroses em 36%, imagine um aumento de 5, 7 ou mesmo 10 pontos!
  2. Faça exercício com qualidade – A qualidade dos nossos movimentos determina a nossa saúde física. Procure perceber junto de um fisioterapeuta ou personal trainer se pode melhorar o seu padrão de movimentos;
  3. Trate bem das suas lesões – Uma lesão bem tratada vale ouro! Se não investir tempo na sua recuperação, terá de perder tempo com a sua incapacidade física.

Este artigo foi útil para si? Deixe o seu comentário! Será respondido por um especialista na área da fisioterapia!

Referências Bibliográficas

Losina, Elena et al. “Development and feasibility of a personalized, interactive risk calculator for knee osteoarthritis” BMC musculoskeletal disorders vol. 16 312. 22 Oct 2015, doi:10.1186/s12891-015-0771-3

Pandey, Rajesh et al. “Impact of obesity and diabetes on arthritis: An update” Health vol 5, 1(2013): 143-156

A corrida provoca lesões nos joelhos: Verdade ou Mito?

Esta frase reflete a ideia de que o nosso corpo é frágil e precisa de ser protegido, o que não é verdade. Já pensou há quanto tempo o ser humano corre?

Já não somos caçadores recoletores, mas fomos durante mais de 2 milhões de anos. O nosso corpo está preparado para correr. Basta tomar atenção aos pormenores. Desde as nossas abundantes glândulas sudoríparas aos tendões de Aquiles (tendão que liga os músculos gémeos ao calcanhar), das grandes articulações dos joelhos ao músculo grande glúteo, a anatomia e fisiologia humana parece perfeitamente “desenhada” para correr. Os caçadores recoletores que ainda existem hoje utilizam a corrida como modo de caçar. Perseguem as presas durante horas, até que estas entram em exaustão, tornando-se um alvo fácil. Vamos ver o que a ciência diz sobre este assunto.

Uma revisão de vários estudos feita em 2006 conclui que “níveis moderados de corrida não aumentam o risco de osteoartrite dos joelhos e ancas para pessoas saudáveis e que, esta atividade pode até ter um efeito protetor.” E acrescentam:

Os riscos associados à corrida devem ser contrabalançados com os tremendos benefícios dessa atividade para os outros sistemas do corpo. Correr demonstrou diminuir o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e depressão. Este tipo de atividade física também ajuda no controlo do peso, a melhorar a densidade óssea e a diminuir a mortalidade.

Outro estudo de 2008 concluiu que “a corrida de longa distância em idosos saudáveis não foi associada à Osteoartrite (OA). Estes dados levantam a possibilidade de que a OA grave pode ser tão comum em corredores como em não-corredores” (21).

Uma revisão sistemática de 25 artigos, abrangendo mais de 125.000 indivíduos, revelou que a prevalência geral de OA da anca ou joelho é de 10,2% em não corredores, 3,5% em corredores “recreativos” e 13,3% em corredores “competitivos” (como os profissionais, atletas de elite ou ex-elite).

“Como assim, 3,5% em corredores moderados e mais de 10% em não corredores?”

Por outras palavras, a corrida (para a grande maioria das pessoas) não tem relação de causa-efeito com o início da OA do joelho. Vou repetir. Corredores recreativos desenvolvem OA de joelho com um terço da frequência das pessoas sedentárias.

Ficou surpreendido? Da próxima vez que vir uma pessoa a correr, em vez de ter pena dos joelhos da “infeliz”, junte-se a ela!

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Referências Bibliográficas

Richter, D., Grun, R., Joannes-Boyau, R., Steele, T. E., Amani, F., Rue, M., et al. 2017. The age of the hominin fossils from Jebel Irhoud, Morocco, and the origins of the Middle Stone Age. Nature 546:293–6. doi: 10.1038/nature22335

Ingfei Chen. Born to Run – Humans can outrun nearly every other animal on the planet over long distances. 28 Maio 2006. https://www.discovermagazine.com/planet-earth/born-to-run. Acesso a 3 Setembro 2020

Cymet T.C., Sinkov V. Does Long-Distance Running Cause Osteoarthritis? JAOA. Vol 106. No 6. June 2006

Eliza F. et al. Long Distance Running and Knee Osteoarthritis: A Prospective Study. American Journal of Preventive Medicine. Volume 35, Issue 2, August 2008, Pages 133-138

Alentorn-Geli, Eduard et.al. “The Association of Recreational and Competitive Running with Hip and Knee Osteoarthritis: A Systematic Review and Meta-analysis” Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy 2017 47:6, 373-390

9 dicas para tratar uma inflamação muscular ou articular

A reabilitação de lesões de tecidos moles pode ser complexa. A evidência cientifíca que sustenta a utilização do gelo é muito fraca ou mesmo ausente. Por outro lado, a aplicação de calor aumenta a temperatura da zona e pode aumentar a dor.

No início, é importante reduzir a dor, o inchaço e as limitações de movimento. Depois da fase aguda, a abordagem tem de ser mais activa. Assim, a sua abordagem deve ser PEACE and LOVE (paz e amor).

Fase Aguda

Protecção

Reduza o movimento por 1 a 3 dias para minimizar a hemorragia, impedir a distensão das fibras lesionadas e reduzir o risco de agravar a lesão. O descanso deve ser minimizado, pois o descanso prolongado pode comprometer a força e a qualidade do tecido. Confie nos sinais de dor para saber quando pode começar a fazer carga parcial (e gradual) e a movimentar-se.

Elevação

Eleve o membro mais alto que o coração para promover o fluxo de líquido intersticial para fora do tecido lesionado. Apesar da fraca evidência científica, a elevação ainda é recomendada, devido ao baixo risco relativamente aos benefícios.

Anti-inflamatórios NÃO!

Medicamentos anti-inflamatórios podem ser prejudiciais para a cicatrização de tecidos a longo prazo. As várias fases da inflamação contribuem para a regeneração ideal dos tecidos moles. A inibição de um processo tão importante usando medicação não é recomendada, especialmente numa dosagem demasiado alta.

Apesar do uso generalizado entre os clínicos e a população, não há evidência científica sobre a eficácia do gelo no tratamento de lesões de tecidos moles, e pode potencialmente interromper a inflamação e revascularização. No fim de contas, pode prejudicar a regeneração dos tecidos.

Compressão

A pressão mecânica externa com ligaduras ou kinesio tape ajuda a limitar o edema intra-articular e a hemorragia dos tecidos. Com isto, reduz o inchaço e melhora a propriocepção (percepção de estabilidade e equilíbrio).

Educação

O fisioterapeuta deve ensiná-lo sobre os benefícios de uma abordagem activa na recuperação. Uma melhor educação sobre a condição e a gestão da carga é fundamental para que tenha confiança no seu processo de recuperação,

Após os primeiros dias…

Carga

Uma abordagem activa com movimento e exercício beneficia a maioria das pessoas com problemas musculares ou articulares. O stress mecânico deve ser adicionado precocemente e as actividades normais retomadas assim que os sintomas permitirem. A carga ideal, sem exacerbar a dor, promove a reparação, remodelação e construção da tolerância e capacidade dos tendões, músculos e ligamentos.

Optimismo

O cérebro desempenha um papel fundamental na sua reabilitação. Factores psicológicos como catastrofização, depressão e medo podem representar barreiras à recuperação. As expectativas pessimistas dos pacientes estão associadas a resultados abaixo do ideal e pior prognóstico. Seja um optimista realista, e veja a sua recuperação a superar as suas expectativas!

Vascularização

A actividade física cardiovascular é fundamental no tratamento destas lesões, devendo ser iniciada, sem dor, alguns dias após a lesão. Vai aumentar o fluxo sanguíneo nas estruturas lesadas e também a sua motivação!

A mobilização precoce e o exercício aeróbico melhoram a função e reduzem a necessidade de analgésicos.

Exercício

Os exercícios ajudarão a restaurar a mobilidade, força e propriocepção logo após a lesão. A dor deve ser evitada para garantir a reparação ideal durante a fase subaguda (do 5º ao 14º dia) e deve ser usada como um guia para a progressão dos exercícios para níveis mais altos de dificuldade.

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