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Transforme o seu corpo num carro moderno

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Lembra-se da dureza da carroçaria dos carros construídos até à década de 80? Pois é, o seu corpo pode estar com essa dureza, e não é bom para si!

Atualmente, os materiais que são utilizados no fabrico das carroçarias dos carros são diferentes dos que se usavam antigamente. O aço ainda continua a ser bastante utilizado, mas o plástico já está presente, em alguns carros, em quase 50% das peças, como os para-choques dianteiro e traseiro.

Pode-se dizer que fica mais barato usar este tipo de material, mas a principal razão é outra:

Usar materiais que se deformam facilmente é uma forma inteligente de absorver choques!

Quando tem um acidente hoje em dia, e por mais leve que seja a pancada, é muito provável que o carro fique com uma amolgadela. É uma chatice, mas acontece por uma razão muito simples. A maior parte da energia que é gerada pelo impacto é absorvida por todas as peças que estão entre o local da pancada e o seu corpo. Com isto, em vez de ser o seu corpo a absorver todo a energia do impacto, é o seu carro. É uma forma muito inteligente de reduzir a morbilidade e a mortalidade nas estradas.

Inclusive, em alguns carros modernos, o metal já está pré-programado para deformar em caso de colisão.

 

Agora pense no seu corpo como um carro antigo

Num carro antigo, a carroçaria era feita de materiais com menos capacidade para se deformarem, e obviamente que não tinham a deformação “pré-programada” que os carros modernos têm. Resultado? Numa eventual colisão, os passageiros recebiam a maior parte da energia gerada pelo embate.

O seu corpo também tem tecidos. A maior parte deles têm a capacidade de se deformar (excepto os ossos), e isso faz com que o seu corpo consiga absorver a energia gerada por pancadas, entorses ou traumatismos, sem que isso acarrete dor ou lesões de longo prazo.

No entanto, esta capacidade de deformação dos seus tecidos não é imutável. Pode ser (e é) alterada, tendo em conta o seu estilo de vida, genética e idade. Uma pessoa de 80 anos terá, normalmente, tecidos menos deformáveis que uma criança de 10 anos. Uma pessoa ativa previne, através das atividades que pratica, o aumento de rigidez dos tecidos. Já uma pessoa sedentária não.

Sabendo isto, tem cuidado do seu corpo para, num eventual traumatismo, os seus tecidos tenham a capacidade de absorver a energia provocada por esse traumatismo, ou estes tecidos estão já tão rígidos e tensos que, ao mínimo choque, dão logo sintomas como dor?

A dor é sempre um sinal de alerta, mais do que um sinal de lesão. Se, com uma pancada ligeira, o seu corpo se queixa, através do mecanismo da dor, pode não ter feito uma lesão. Provavelmente, o seu corpo não tem “poder de encaixe” para um traumatismo ligeiro (e muito menos um grave).

Cuide do seu corpo. Transforme-o num carro moderno.

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