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8 Factos sobre a dor persistente que deve conhecer

Se tem dores, tem lesão. Esta é uma ideia muito popular. Mas não pode estar mais longe da verdade. Trago-lhe alguns factos importantes sobre a sua dor.

Ter dor não significa ter lesão

Qualquer dor é real, independentemente da causa. A surpresa está no facto de poder ter dor sem de facto ter um dano nos tecidos (músculos, ossos, ligamentos…). Talvez tenha tido uma lesão, mas a dor continua muito depois de o dano ter cicatrizado.

Pode também ter lesões visíveis numa radiografia, TAC ou ressonância magnética, e essas lesões não serem a causa das suas dores. Na verdade, vários estudos concluíram que muitas pessoas com alterações estruturais nos exames não sentem dor, como já falámos neste artigo. À medida que envelhece, é mais provável ter do que não ter.

A razão pela qual pode haver uma diferença tão grande entre dor e dano é simples. O tecido pode suportar apenas uma certa quantidade de carga (movimento, tensão ou pressão) antes de sofrer dano. No entanto, o nosso sistema de dor é extraordinariamente complexo. Os fatores psicológicos e sociais também podem causar dor – estes são chamados de fatores não teciduais.

Pode ser psicológico?

Em 1995, o British Medical Journal relatou o caso de um profissional da construção civil, que tinha uma dor excruciante  por causa de um prego de 15 cm, que perfurou a sua bota. Mas quando os médicos o removeram, descobriram que o prego tinha passado por entre os dedos do pé.

Outras experiências, como por exemplo da “mão de borracha“, provam que a interpretação que o nosso cérebro faz da realidade, nem sempre corresponde à realidade.

O que precisa de saber

O estudo da dor evoluiu muito nos últimos 25 anos. Hoje sabemos que:

  1. A maioria dos episódios de dor ocorre para evitar lesões nos tecidos;
  2. Com dor persistente, o sistema de dor pode tornar-se superprotetor;
  3. Quando a dor persiste, geralmente fica mais forte e dura mais tempo;
  4. Com dor persistente, a influência de fatores não teciduais é maior;
  5. Fatores não teciduais incluem stress, ansiedade, medo de lesões, má qualidade de sono ou preocupação em voltar ao trabalho;
  6. Alterações estruturais nos exames (hérnias discais na ressonância magnética) raramente são o motivo da dor;
  7. A forma como lhe transmitem a informação sobre os seus exames pode causar ou agravar a dor;
  8. Os seres humanos têm uma incrível capacidade de curar, reparar e de se adaptarem.

A dor é um sinal de que algo não está bem, que pode ser algo físico ou psicológico.

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