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Sociedade Brasileira de Reumatologia confirma: Não existe uma postura ideal para o corpo

A mudança de paradigma quando se fala de Postura é fundamental. A Sociedade Brasileira de Reumatologia confirma o que a evidência científica vem dizendo há algum tempo: não existe uma postura ideal, pelo que devemos adotar um novo conceito para falar de postura.

As organizações médicas começam a prestar atenção às conclusões científicas relativamente à ideia de postura que temos hoje em dia. “Não há padrão universal. Cada corpo tem a sua própria postura”, é a conclusão a que chega este artigo.

O movimento é mais importante que a posição

O reumatologista Marcos Renato Assis, coordenador da Comissão de Coluna da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), refere que este novo paradigma deve assentar mais na flexibilidade do corpo do que na colocação das “peças” na posição certa.

Diz também que “o caminho (para uma postura saudável) é um bom desempenho em cada atividade, de maneira confortável e com economia de energia”. Por outras palavras, deve procurar realizar as suas atividades do dia a dia, seja estar sentado ou de pé a caminhar, com a postura mais confortável possível e que lhe exija o menor dispêndio de energia possível.

Má postura passa a ser outra coisa

Em relação aos problemas causados por posturas inadequadas, Marco Assis explica que a causa maior são as atividades repetitivas, que se prolongam por muito tempo, sem pausas – como estar ao computador durante horas – ou a falta de exercício físico.

Segundo ele, “as dores surgem, em geral, devido ao excesso de tónus muscular (estado basal de contração do músculo em repouso), associado à fraqueza de certos músculos, o que favorece o aparecimento de contraturas e dores”.

A componente emocional e social

Aqui, o reumatologista olha para as crianças, cuja linguagem corporal é mais transparente: quando estão tristes, baixam a cabeça, fecham os braços e olham para o chão. Quando estão felizes, abrem os braços, levantam a cabeça e erguem o olhar.

Por vezes, a postura é assumida como representação de um papel ou de um desejo advindos de pressão social. Quer seja numa entrevista de emprego, ou num encontro romântico, a pressão social faz-nos adotar uma postura que não teríamos em condições normais.

A componente estética e de personalidade

Qualquer pessoa com uma postura vertical e alinhada tende a transmitir uma imagem mais elegante, principalmente as mulheres, que sofrem mais desta pressão estética. Para além disso, há traços estéticos valorizados pela sociedade que podem influenciar a nossa postura. Os saltos altos dão uma vantagem às mulheres, fazendo com que as pernas fiquem melhor delineadas. No entanto, isto traz consequências musculares a longo prazo, que afetam a postura.

Há também a vertente de carácter interligado com a postura. O reumatologista Marcos Assis salienta: “Veja que, em muitos desenhos animados, os bandidos são corcundas e os heróis têm o tórax projetado para frente”.

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