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Qual o melhor tipo de colchão para as suas costas?

Dormir no colchão errado pode causar ou piorar as suas dores nas costas. Não há um colchão ideal para todos, deve ter em conta as suas preferências assim como as suas necessidades.

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Já ouviu dizer: “Se tens problemas nas costas, deves comprar o colchão mais rijo possível” Será verdade? Nem por isso.

Embora seja senso comum, não há nenhuma evidência científica sólida por detrás desta afirmação. O pensamento mais recente é que não existe um tipo de colchão melhor para todos, incluindo pessoas com dores crónicas nas costas. De uma forma geral guie-se pelas suas preferências pessoais e escolha o que lhe parecer mais confortável.

Mas fazer a escolha certa pode ser complicado. Há tantos produtos no mercado, e só porque um colchão é bom quando se deita nele na loja, não significa que será a escolha certa. Seguem algumas dicas para escolher o seu colchão.

Deve manter o seu corpo confortável e tendencialmente alinhado

Como deve calcular, uma boa postura é importante quando dorme. Os músculos e ligamentos nas costas (e no corpo todo) devem relaxar e recuperar durante a noite. Quando falamos de boa postura, não estamos a falar de um perfeito alinhamento ou uma coluna completamente direita. Boa postura, durante a noite, é o alinhamento mais confortável que conseguir dar ao seu corpo. Talvez este conceito seja diferente daquilo que pensa ser boa postura, mas a verdade é que não vai querer obrigar o seu corpo a ficar numa postura super direita que não é confortável para si.

Há uns anos, num programa de televisão em Portugal, um contorcionista mostrou como dormia em criança. Tinha tanta elasticidade, que dormia na mesma posição em que entram naquelas caixas muito pequenas (e nós ficamos a pensar como é que eles lá cabem). Para ele, aquela postura era confortável porque o corpo podia estar assim. Perceba se o seu corpo se adapta bem ao colchão, porque isso vai ser uma das referências para o comprar.

Se um colchão for muito rijo vai obrigar o seu corpo a adaptar-se, ou seja, sair da zona de conforto, numa altura em que ele devia estar em repouso. A noção de “muito rijo” é subjetiva para cada pessoa. Tal como há pessoas que gostam de água natural e outras só ficam saciadas com água do frigorífico, cada um tolera a rigidez de um colchão de forma diferente. Quanto mais móvel for o seu corpo, melhor se adapta a colchões rijos. Por efeito contrário, quanto mais tenso estiver, mais desconfortável será o colchão, quer seja rijo ou mole.

É relativamente importante o seu corpo ficar alinhado, mas lembre-se que não deve substituir o conforto pelo alinhamento da coluna.

Devo optar por viscoelásticos, molas ensacadas ou outros?

A sua preferência está associada ao nível de conforto que tem quando experimenta o colchão. Pessoalmente, prefiro os colchões com uma camada superior viscoelástica, com molas ensacadas por baixo. Para quem dorme acompanhado, permite que um dos elementos do casal se mexa e o outro não sinta o movimento, e a camada viscoelástica permite conforto e adaptação ao seu corpo. Deixe que o seu corpo escolha o colchão, e não a cabeça.

Porque é que as pessoas com dores nas costas sofrem com vários tipos de colchões?

Na grande maioria das vezes, as nossas dores de costas estão relacionadas com falta de mobilidade. Isto faz com que o corpo tenha menos capacidade de se adaptar, seja a movimentos novos, seja a posições mantidas durante muito tempo. Lembre-se: a dor aparece não porque o corpo está deformado (ou fora de alinhamento), mas porque não consegue deformar mais (ou desalinhar-se mais).

Na prática, se o corpo está tenso, terá menos capacidade de se adaptar ao colchão. Se for rijo, parece que não se deforma para “acolher” o nosso corpo. Se for muito mole, permite que o corpo fique em posições muito desalinhadas e, com o tempo, a dor aparece. Recordemos o 1º Princípio da Postura: a melhor postura é a postura seguinte. Se estamos muito tempo numa posição, ele deve ser extremamente confortável, senão as dores aparecem.

Aproveite os períodos de teste

Se teve uma, duas, três ou 10 noites fantásticas de sono, sem dores, num quarto de hotel ou casa de um amigo, anote a marca e o modelo do colchão. Ou então escolha um colchão que venha com garantia de devolução do dinheiro: um número cada vez maior de empresas permite que compre um colchão e use-o por 30 a 100 dias, com a possibilidade de o devolver caso não esteja satisfeito.

O lugar de um colchão com mais de 10 anos não é no quarto, é no lixo

Eu sei. Ninguém (ou quase ninguém) troca de colchão de 10 em 10 anos. Mas a verdade é que, segundo os estudos científicos, é o que devemos fazer.

Quando investigadores da Oklahoma State University selecionaram aleatoriamente 62 pessoas para dormir em vários modelos de camas novas durante 28 dias, descobriram que quase todos começaram a dormir melhor. Porquê? Porque eram novas.

A idade média dos colchões antigos dos participantes era de 9,5 anos. A conclusão aparente é que “a qualidade do sono pode depender da substituição programada (10 em 10 anos) dos colchões”.

E quem fala em colchões velhos, fala também em almofadas

Qualquer almofada velha é má. Não interessa se foi a melhor e mais cara do mercado. Se já não mantém as características iniciais, como a textura, formato ou densidade, está na altura de trocar.

Da mesma forma que escolhe um colchão, perceba qual o tipo de almofada que lhe dá mais conforto. Deve também ter em atenção a posição em que dorme e às suas curvaturas da coluna. Passo a explicar.

Se dormir de barriga para cima, pode pensar que uma almofada de média altura é ideal, mas o mais importante é perceber como fica o seu pescoço quando se deita sem almofada. Fica direito, dobrado ou tão arqueado que parece que está a olhar para trás? Se o seu caso for o último, talvez precise de uma almofada mais alta. Lembre-se que o objetivo é tentar manter o alinhamento correto da coluna, mas dando sempre prioridade ao conforto.

Se dormir de lado, deve tentar encontrar uma almofada que seja muito confortável e, ao mesmo tempo, tenha a altura igual à distância que vai do seu ombro à sua orelha. Nesta posição, a almofada não deve, se possível, ser muito mole.

Se dormir de barriga para baixo, pode até dormir sem almofada se for confortável. Caso sinta a necessidade, utilize uma que seja baixa e mole (não esquecendo o conforto). Isto porque o seu pescoço já está torcido para um dos lados nesta posição, e não vamos querer aumentar o stress do pescoço estando em extensão (para trás).

Em conclusão:

O seu conforto é a sua prioridade, a seguir o alinhamento da coluna e não se esqueça de ter uma boa almofada de acordo com a posição que dorme e as curvaturas da sua coluna!

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