A reabilitação de lesões de tecidos moles pode ser complexa. A evidência cientifíca que sustenta a utilização do gelo é muito fraca ou mesmo ausente. Por outro lado, a aplicação de calor aumenta a temperatura da zona e pode aumentar a dor.
No início, é importante reduzir a dor, o inchaço e as limitações de movimento. Depois da fase aguda, a abordagem tem de ser mais activa. Assim, a sua abordagem deve ser PEACE and LOVE (paz e amor).
Fase Aguda
Protecção
Reduza o movimento por 1 a 3 dias para minimizar a hemorragia, impedir a distensão das fibras lesionadas e reduzir o risco de agravar a lesão. O descanso deve ser minimizado, pois o descanso prolongado pode comprometer a força e a qualidade do tecido. Confie nos sinais de dor para saber quando pode começar a fazer carga parcial (e gradual) e a movimentar-se.
Elevação
Eleve o membro mais alto que o coração para promover o fluxo de líquido intersticial para fora do tecido lesionado. Apesar da fraca evidência científica, a elevação ainda é recomendada, devido ao baixo risco relativamente aos benefícios.
Anti-inflamatórios NÃO!
Medicamentos anti-inflamatórios podem ser prejudiciais para a cicatrização de tecidos a longo prazo. As várias fases da inflamação contribuem para a regeneração ideal dos tecidos moles. A inibição de um processo tão importante usando medicação não é recomendada, especialmente numa dosagem demasiado alta.
Apesar do uso generalizado entre os clínicos e a população, não há evidência científica sobre a eficácia do gelo no tratamento de lesões de tecidos moles, e pode potencialmente interromper a inflamação e revascularização. No fim de contas, pode prejudicar a regeneração dos tecidos.
Compressão
A pressão mecânica externa com ligaduras ou kinesio tape ajuda a limitar o edema intra-articular e a hemorragia dos tecidos. Com isto, reduz o inchaço e melhora a propriocepção (percepção de estabilidade e equilíbrio).
Educação
O fisioterapeuta deve ensiná-lo sobre os benefícios de uma abordagem activa na recuperação. Uma melhor educação sobre a condição e a gestão da carga é fundamental para que tenha confiança no seu processo de recuperação,
Carga
Uma abordagem activa com movimento e exercício beneficia a maioria das pessoas com problemas musculares ou articulares. O stress mecânico deve ser adicionado precocemente e as actividades normais retomadas assim que os sintomas permitirem. A carga ideal, sem exacerbar a dor, promove a reparação, remodelação e construção da tolerância e capacidade dos tendões, músculos e ligamentos.
O cérebro desempenha um papel fundamental na sua reabilitação. Factores psicológicos como catastrofização, depressão e medo podem representar barreiras à recuperação. As expectativas pessimistas dos pacientes estão associadas a resultados abaixo do ideal e pior prognóstico. Seja um optimista realista, e veja a sua recuperação a superar as suas expectativas!
Vascularização
A actividade física cardiovascular é fundamental no tratamento destas lesões, devendo ser iniciada, sem dor, alguns dias após a lesão. Vai aumentar o fluxo sanguíneo nas estruturas lesadas e também a sua motivação!
A mobilização precoce e o exercício aeróbico melhoram a função e reduzem a necessidade de analgésicos.
Os exercícios ajudarão a restaurar a mobilidade, força e propriocepção logo após a lesão. A dor deve ser evitada para garantir a reparação ideal durante a fase subaguda (do 5º ao 14º dia) e deve ser usada como um guia para a progressão dos exercícios para níveis mais altos de dificuldade.
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