Dor Ciática – Tudo o que precisa de saber!
Nem todas as dores na nádega e que descem pela perna são dores ciáticas. Saiba o que define este sintoma, que pode ser uma consequência de uma lesão!
Sintomas
Os sintomas da dor ciática, ou ciatalgia, são normalmente sentidos ao longo do trajeto do nervo ciático, e costuma ser caracterizada por um ou mais dos seguintes sinais e sintomas:
Dor – É normalmente sentida como uma sensação de queimadura, constante ou uma dor aguda que começa na parte inferior das costas ou nádegas e irradia para a frente (menos comum) ou para trás (mais comum) da coxa, perna e/ou pés;
Dormência – A dor ciática pode ser acompanhada por dormência na parte de trás da coxa e/ou perna. Por vezes, formigueiros ou fraqueza muscular também podem estar presentes. Quanto maior a compressão do nervo, mais intensos são os sintomas;
Sintomas unilaterais – A ciática geralmente afeta só uma perna;
É importante observar que nem todas as dores lombares ou que progridem pela perna são dor ciática. Esta dor é específica para a dor que se origina no nervo ciático. Geralmente piora depois de períodos de inatividade prolongados, esforços repetitivos ou movimentos rápidos e bruscos.
A Ciatalgia é um sintoma de uma condição médica subjacente
“Ciática” é um termo usado para descrever um conjunto de sintomas causados por uma condição médica subjacente. Não é um diagnóstico médico.
As condições médicas mais comuns que podem causar dor ciática são:
- Hérnia discal lombar
- Estenose (estrangulamento) do canal foraminal (buraco onde passa o nervo)
- Doença degenerativa discal lombar, como alterações no formato das vértebras ou discos
- Espondilolistese (deslizamento de uma vértebra sobre a que está em baixo)
- Espasmo muscular e/ou inflamação dos músculos lombares ou pélvicos
- Disfunção da articulação sacroilíaca ou da anca
Tumores, coágulos sanguíneos ou outras condições na parte inferior da coluna podem causar ciática, mas é muito menos comum.
Tratamento
É aconselhável tratar a causa da dor ciática o mais cedo possível para evitar a progressão dos sintomas. Isto significa que o mais importante, antes de pensar no tratamento, é diagnosticar o que está a provocar a irritação ou compressão do nervo ciático.
O tratamento vai depender da causa e pode incluir métodos conservadores ou cirúrgicos. Normalmente, os tratamentos conservadores, como fisioterapia, Reeducação Postural Global, osteopatia, entre outros, devem ser sempre a primeira opção. A cirurgia pode ser opção quando a causa subjacente é um défice neurológico graves e/ou progressivo, como fraqueza nas pernas. Normalmente, nestas situações, o tratamento conservador não é eficaz.
Tratamento Conservador
Os tratamentos de primeira linha da ciática geralmente incluem uma combinação de fisioterapia, medicação, injeções e terapias alternativas.
A ciática aguda geralmente melhora nas primeiras 4 a 6 semanas de tratamento. Para dor ciática crónica que dura há mais de 8 semanas, o tempo de tratamento pode demorar mais e pode depender mais da causa subjacente.
Na fisioterapia, o tratamento é normalmente uma combinação de fortalecimento, flexibilização dos tecidos e melhoria da mobilidade das articulações que estão próximas do nervo ciático. Primeiro, o fisioterapeuta vai avaliar quais as articulações que não estão a mexer bem. A anca é muitas vezes uma dessas articulações.
São também utilizadas técnicas de mobilização do nervo, para prevenir a criação de aderências entre o nervo ciático e outros tecidos à volta, ou mesmo para as eliminar se já estiverem presentes. Os exercícios terapêuticos, numa fase onde a dor já não é tão intensa, são um ótimo aliado para criar uma boa estrutura muscular, de forma a estabilizar bem a zona lombar e ativar as pernas.
O utente também é encorajado, assim que os sintomas permitirem, a começar as caminhadas ou outro tipo de atividade aeróbica. Embora algum descanso ou modificação da atividade possam ser necessários ao início, é importante manter o máximo de atividade possível e evitar períodos prolongados de inatividade física ou repouso na cama.
A Reeducação Postural Global pode ser uma excelente ajuda para reduzir a tensão no nervo ciático. É uma terapia que melhora a mobilidade das articulações, flexibilidade dos tecidos e melhora o padrão respiratório, que tem uma grande influência na posição da coluna lombar, através do principal músculo da inspiração, o diafragma.
As injeções podem ajudar a tratar a dor decorrente de doenças que afetam o nervo ciático. São usadas com o objetivo de fornecer alívio da dor suficiente para permitir que o utente possa realizar as suas tarefas básicas diárias e para que consiga progredir na fisioterapia. As injeções também têm uma função no diagnóstico da origem da dor e podem ser usadas para identificar os nervos-alvo.
Para situações mais severas, existe a opção de bloquear seletivamente a raíz do nervo. Este tipo de injeção é administrada próximo da raíz, à medida que sai do buraco intervertebral (abertura óssea entre as vértebras adjacentes). O medicamento reduz a inflamação e inibe a dor transmitida pelo nervo. Bloqueios seletivos de raízes nervosas podem ser administrados em uma ou mais raízes nervosas de L4 a S3 para controlar a dor ciática.
Para a maioria das injeções terapêuticas, os resultados variam amplamente. Algumas pessoas podem sentir alívio imediato e contínuo da dor, algumas podem ter alívio da dor por apenas algumas semanas ou meses e outras podem não sentir nenhum alívio.
Tratamento Cirúrgico
A cirurgia é geralmente considerada quando a dor nas pernas e/ou fraqueza é persistente ou progressiva, ou seja, quando o tratamento conservador não é eficaz. Em alguns casos, a cirurgia pode ser considerada como a primeira opção, como em situações de Síndrome da Cauda Equina (as raízes nervosas na zona lombar baixa e sacro são comprimidas e as funções motoras e sensoriais da parte inferior do corpo estão ausentes), tumores, dor ciática bilateral ou infeção.
Se chegou ao final deste artigo e ficou com dúvidas sobre o que fazer relativamente à sua dor ciática, entre em contacto com o seu fisioterapeuta ou médico de família. Caso tenha dor ciática há mais de 8 semanas e continua com sintomas, não espere mais.